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quarta-feira, julho 12, 2006

GM Abandona Azambuja


A decisão do construtor automóvel americano em abandonar a unidade de montagem da Azambuja era já um facto de há muito esperado e só a cegueira indígena quanto a conceitos básicos de viabilidade económica pode explicar a surpresa pelo acontecido. O facto reside na diminuição da procura a nível mundial pela marca materializados num prejuízo em 2005 de 8,2 mil milhõe de euros e é obvio que os accionistas do grupo não deixaram de exigir que fosse encontrada rapidamente uma estratégia que repusesse os lucros da multinacional ou alguém no seu estado nornal imaginará que os contribuintes norte-americanos subsidiam os défices das empresas ? Sendo o Opel Combo um sub-produto do Opel Corsa que é produzido em Saragoça, resulta claro que os custos de logística envolvidos no transporte de componentes fragilizavam de sobremaneira a viabilidade da fábrica da Azambuja que procedia a pouco que mais que a mera montagem final do veículo. Mas neste processo o Governo em geral e o ministro da Economia estiveram mal; os infrutíferos e descordenados contactos com os vários níveis da GM , seguidos pela declaração de encerramento que o ministro desconhecia e para culminar o seu desnorte, a afirmação eloquente que "este vai ser um caso exemplar" e que o Estado " irá exigir uma indeminização à empresa" ; porém quando lhe perguntaram acerca do número de casos idênticos em que o Estado tinha sido ressarcido, a resposta foi um indicifrável silêncio. Certamente que alguns escritórios de advogados rejubilarão com a notícia mas exceptuando algumas centenas de inúteis páginas A4 com argumentos falaciosos nada de novo irá acontecer, até ao dia em que a GM acene a alguns fornecedores nacionais de componentes com alguns contratos para logo qualquer acção interposta ser retirada dos tribunais, onde tal processo teoricamente se arrastaria até às calendas gregas. Qualquer pessoa minimamente informada após simples pesquisa, descobrirá que a facturação anual da multinacional norte-americana é superior ao PIB português e a razão de ser da segurança e descontracção do vice-presidente do grupo para a europa Eric Stevens , numa conferência de imprensa não se deve propriamente só a uma característica pessoal mas antes a quem representa um império industrial e financeiro face a um estado pequeno, pobre e periférico. Assim teria sido preferível que o ministro em vez da declaração que pronunciou para consumo interno e que só demonstra fraqueza e irrelevância, tivesse antes optado por um acordo com a GM por forma a que a nossa indústria de componentes fornecesse a unidade espanhola através de contratos com sólidas garantias.