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sábado, março 10, 2018

Alta Velocidade Ferroviária, Luxo ou Necessidade?

No continente europeu existem duas grandes companhias que produzem os equipamentos de alta velocidade ferroviária, a saber: os franceses da Alstom e os alemães da Siemens, tudo o resto está ligado a estes dois gigantes da indústria.
 
Os apoios europeus - subsídios diretos da U.E, ou empréstimos bonificados do Banco Europeu de Investimentos - no apoio ao investimento ferroviário de alta velocidade têm nos bastidores o lobby e suporte integral quer da Alemanha, quer da França. uma vez que esse dinheiro fatalmente será reencaminhado para estes dois países.
 
A Espanha quando implementou o A.V.E. (Alta Velocidad Española) impôs como condição ao vencedor do concurso, que uma parte significativa da produção e montagem fosse efetuada numa unidade industrial dentro de fronteiras, porém a incorporação nacional foi baixa.
 
Em Portugal no setor ferroviário existem outras prioridades muitíssimo mais prementes, quer ao nível da renovação da infraestrutura da via com bitola europeia, quer ao nível também da renovação das composições e locomotivas.

Um estudo feito há alguns anos revelou que a ligação ferroviária em alta velocidade entre Lisboa e Madrid seria deficitária durante um horizonte temporal muito largo, ou seja os contribuintes ficariam uma vez mais com encargos acrescidos.
 
Uma dessas priridades finalmente irá ver a luz do dia e prende-se com a implementação do corredor ferroviário Porto de Sines/Elvas/Caia (fronteira) de importância estratégica para Portugal, na ligação rápida do tráfego de mercadorias de Sines para Espanha e claro interligando ao resto da Europa.

Para Portugal já existe o modelo de comboios (trens) pendulares nas ligações entre Lisboa e Porto e a Madrid - se bem que com condicionantes devido à via férrea - que permite velocidades de até 250 Km/h e inclinações até 8.º cujo âmbito deverá ser alargado e é largamente utilizado na Alemanha, Itália, Espanha e Suécia.
 
Nesta matéria convirá referir que no norte da Europa, mais concretamente na Escandinávia não existe transporte ferroviário de alta velocidade e nem suecos, nem dinamarqueses, noruegueses ou finlandeses se queixam disso, ou consideram essa questão prioritária.
 
Os países nórdicos possuem um sistema ferroviário moderno, eficiente e sustentável e por lá os recursos financeiros são aplicados racionalmente e de forma adequada, é que como sempre os mais pobres acabam sempre por ser aqueles que mais desperdiçam e também é por isso mesmo que são pobres.