Oposição da Direita .

Oposição da Direita, ou um 'Zero à Esquerda' !

Pelas terras lusas e com raras exceções, a direita foi sempre mais ligada aos interesses, que propriamente aos valores, sendo que tal opção num país ancestralmente pobre resulta obrigatoriamente contraproducente.

No espectro partidário temos a situação verdadeiramente inédita da coexistência de 2 partidos, que se reclamam da social democracia, o PS na versão hard da Internacional Socialista e o PSD numa versão soft, em intermitência com uma postura liberal, de acordo com o temperamento do residente de momento na S. Caetano à Lapa e certamente para abarcar o infinito ideológico, ainda se encontra filiado nos conservadores do Partido Popular Europeu. É obra !

O PSD permitiu que os socialistas lhe retirassem a agenda política e pior que tudo, a sua joia da coroa - as contas certas na execução orçamental; apesar do governo ter recorrido ao corte cego das cativações na esfera pública e ao mesmo tempo repor rendimentos à cota mínima, se bem que com fiscalidade máxima; mas mesmo só com trocos no bolso, o cidadão comum acha isso preferível a ser obrigado a andar com eles sem nada, como no passado recente.

Já o CDS conotado como direita pura e depois de ter cometido o erro crasso de ter seguido o seu antigo parceiro de coligação no apoio às reivindicações da Fenprof, fez um uma  alteração inteligente de estilo no discurso político, passando a um registo mais suave, mais incisivo e sobretudo melhor audível, após as eleições europeias.

Uma direita pouco mais que ornamental e em muitas áreas contaminada pela esquerda não serve e o seu eleitorado antecipando mais um  desaire eleitoral sentir-se-á tentado, a enveredar por outras opções como voto de castigo, a quem já não lhe merece confiança.