Donald Trump
A eleição do atual residente da
Casa Branca provocou um clamor de protestos, quer nos Estados Unidos, quer em
muitas partes do mundo e na Europa em particular sobretudo nos setores
politicamente conotados com a esquerda e alguns liberais.
Contudo a maioria dos
contestatários - sobretudo residentes nas grandes metrópoles - à política de D. Trump ignora majestaticamente a causa
mais profunda, que lhe proporcionou a vitória eleitoral, nomeadamente a
profunda degradação da economia americana, sobretudo no setor da indústria, que
outrora sempre constituiu a locomotiva dinamizadora do crescimento e
proporcionou mais valias, que se traduziram em salários elevados e bom nível de
vida para largos setores de população das regiões industriais.
O exemplo mais ilustrativo desta
situação é a cidade de Detroit, uma urbe atualmente deserta e decadente, vítima
do colapso económico e do crime.
O mercado de trabalho nos Estados
Unidos desde o ano 2000 até hoje perdeu cerca de mais de 5 milhões de empregos no
setor da manufaturação (o número de empregos nesta área é de 12 milhões) e isso
não poderia deixar de ter consequências na sociedade norte-americana. Acontece
que a indústria paga melhor que os serviços, ou seja todos aqueles que passaram
a trabalhar nos serviços foram confrontados com salários mais baixos.
O Partido Democrata Americano
desvalorizou este problema, atribuindo a causa à globalização - uma causa
externa - e de certa forma desculpabilizou-se por não encontrar soluções
internas.
O estilo de atuação pouco
ortodoxo de D. Trump pode levá-lo à destituição (impeachment) por algum motivo
menor, mas desenganem-se os seus críticos, o poder será assumido por Mike Pence
(atualmente vice-presidente) e apesar do seu estilo mais convencional, o teor
das políticas não mudará substancialmente.
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