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terça-feira, setembro 11, 2018

NATO (OTAN) - A Outra Contabilidade !


As constantes recriminações do atual residente da Casa Branca em relação aos seus parceiros da Aliança Atlântica acerca da respetiva contribuição financeira não tem tido a resposta adequada, antes um silêncio culposo de pecador assumido.

Porém o apoio financeiro americano, bem como de fornecedor de equipamento militar em regime de quase exclusividade não foi propriamente desinteressado, é que a contenção da ameaça soviética na europa era fundamental para a sua política de segurança;  por outro lado permitiu à sua indústria de defesa desenvolver-se unicamente em competição interna - com as suas congéneres europeias em regime de total subalternidade - garantido empregos qualificados, apoio estatal ilimitado e assim catapultar-se como grande exportadora mundial.

Nenhum aliado europeu teve a frontalidade de dizer isto a Washington e o nosso ministro da tutela seria o último a fazê-lo, ou a evocar a cedência a custo simbólico da base das Lajes, tal é a sua irrelevância política eternamente enredado no labirinto do "Mistério de Tancos".

A contribuição orçamental da Bélgica e da Espanha para a defesa não chega sequer a 1% do respetivo P.I.B, com a Itália e a República Checa à volta de 1,1% e ainda assim Portugal com 1,36% consegue até estar acima da Dinamarca; sabendo-se que a maioria destes países possui um nível de vida muito superior ao nosso, é completamente patética a postura do governo de aceitação imediata e sem pestanejar da imposição de Washington.

Os europeus impelidos a uma maior contribuição financeira vão passar a adquirir equipamento produzido nas suas próprias indústrias de defesa, mas a autonomia da europa em matéria de defesa não pode ser feita única e exclusivamente em benefício exclusivo de Paris e Berlim ignorando por completo os restantes membros da U.E.

Dentro ou fora da União Europeia, o papel do Reino Unido na defesa do velho continente é absolutamente insubstituível, pelo que qualquer futuro projeto nesta área deve acomodar esta evidência e Portugal como seu velho aliado devia pugnar por isso, haja por cá quem o saiba fazer !