Contrariados mas Casados....
A Igreja Católica, através da Conferência Episcopal prestou um conjunto de declarações verdadeiramente infelizes, a propósito do projecto do PS de alteração do actual regime do divórcio, e que revelam que os sectores mais ultramontanos ascenderam ao topo da hierarquia religiosa. Tal alteração tem como desígnio principal, retirar o conceito de culpa como razão apontada pela quebra do contrato matrimonial; a separação de facto, violência doméstica ou violação de direitos fundamentais, passam a fazer parte das causas objectivas para tal acto, mantendo-se a competência judicial, por forma a assegurar que nenhuma das partes é prejudicada, quanto à tutela dos filhos, bem como aos direitos de propriedade. Assim fica consagrado o princípio, pelo qual o divórcio pode ser imediato, bastando para isso a manifestação da vontade de uma das partes. E faz todo o sentido que assim seja, ou será que a Igreja e outros sectores ultra-conservadores - e profundamente hipócritas - preferem manter uma relação de conflito e litígio permanentes, causadora de infelicidade, angústia ou mesmo potenciadora de atitudes violentas, a ambos os conjugues desavindos ? Nenhuma das partes, pode contrariar ou violentar a outra, por forma a manter uma relação, que já não dispõe de um mínimo de vigor para se manter. Felizmente que o lema "contrariados mas casados" parece ter os dias contados na sociedade portuguesa.
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