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segunda-feira, maio 11, 2009

Afeganistão para quê ?

A pressão da actual administração norte-americana e do Comando NATO em particular, sobre os aliados europeus, para aumentar o respectivo número de efectivos no Afeganistão não traz de novo relativamente à era de George Bush. Neste capítulo como é por mais evidente, a Europa devia falar a uma só voz, através de uma estrutura militar a criar no seio da U.E. e inserida na NATO. A aliança atlântica deve ser reforçada à luz das novas ameaças e observando o interesse mútuo, porém tal como acontece com os amigos, não é obrigatório que os seus membros estejam sempre de acordo em tudo. Como afirmou um dos comandantes das forças especiais britânicas envolvidas no combate ao terrorismo islamita, a solução deste problema passa muito mais pelo Paquistão que por Cabul, no controle efectivo das regiões limítrofes à fronteira entre os dois países, e a actual estratégia conduz a um beco sem saída.

Convirá referir que tanto ou mais perigoso que a Al-Qaeda, é a produção da papoila do ópio e o crime organizado associado ao tráfico de heroína - 4 mil milhões de dólares rendeu o cultivo e comercialização em 2008 - , cujo destino final acaba por ser as principais capitais europeias. O presidente Karzai não passa de uma figura decorativa, com os senhores feudais e os taliban directamente ligados ao narcotráfico. É inexplicável que no território mais vigiado do mundo com recurso a satélites, aviões de reconhecimento e toda uma parafernália de sensores, dali continue a produzir-se e a saírem diariamente carregamentos de droga, perante a mais absoluta passividade das forças militares ali estacionadas, seguindo rotas por demais conhecidas das polícias de todo o mundo, com as consequências conhecidas.


O governo fez bem, quando no final de Agosto do ano passado não renovou a participação directa do exército naquele país, porém agora mudou a 180º graus, claramente devido a pressão externa. Tal atitude constitui um verdadeiro enigma, quando Portugal é mencionado nos relatórios internacionais, como sendo uma das principais plataformas giratórias para a entrada de estupefacientes no continente europeu e a nossa capacidade de combater tal tráfico, quer no mar territorial quer na zona económica exclusiva associada, é pouco mais que simbólica.


Relativamente às intervenções no exterior, surgiu recentemente a notícia inacreditável da existência dum profundo mal-estar, a bordo da fragata Côrte-Real em operações no Golfo do Áden, devido á não atribuição de um subsídio pelo combate aos piratas na área, isto apesar da tripulação já receber um outro subsídio inerente às manobras NATO. Se porventura o país entrasse em guerra num conflito de média ou alta intensidade, como seria ?


Curiosamente no governo de Durão Barroso houve uma tentação semelhante em relação ao Iraque, mas a determinação de Jorge Sampaio evitou que se consumasse tal disparate, porém o actual Presidente da República, está ao contrário da maioria dos portugueses, bem mais preocupado com o estatuto dos Açores e como tal não dirá uma palavra sobre a matéria, é que o seu silêncio soa a aprovação. Apesar da corrente crise financeira, o resultado final deste delírio será o esbanjamento de mais uns largos milhões de euros, – por cá é a única forma de ”recrutar voluntariamente” - em nome de um prestígio e influência da mais pura ficção.


1 Comments:

Anonymous JER said...

Os utilizadores do espaço cibernético manifestam regozijo pelo regresso!

4:16 da tarde  

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