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terça-feira, dezembro 23, 2014

T.A.P. - Uma Greve Suicida

A marcação de uma greve total entre 27 e 30 de Dezembro pela plataforma de sindicatos da TAP, visa causar um forte impacto na sociedade portuguesa, através  de um enorme transtorno a causar aos clientes nacionais e estrangeiros da companhia numa época festiva tão especial e dessse modo hipoteticamente obrigar o governo, a parar com o processo de privatização em curso.
 
Acontece que se no passado a chantagem e a pressão resultaram, desta vez tudo se conjuga para que a arma da greve se transforme num "Boomerang", cuja trajetória final atingirá com efeitos devastadores, os autores do seu arremesso.
Vejamos alguns episódios e fundamentos desta constatação:
 
- A primeira tentativa de privatização da TAP data de 1997 e do então primeiro ministro socialista António Guterres. Neste mesmo governo o ministro João Cravinho chegou a um acordo com a companhia Swissair, para a venda de 49% da TAP. Porém a Swissair acabou por implosao interna e o negócio volatilizou-se.
 
- O ministro Mário Lino que integrou o XVII governo (Março 2005 a Outubro 2009 liderado por José Sócrates) quando era interrogado pelos jornalistas acerca do processo de privatização da TAP, invariavelmente respondia " Está em estudo! Está em estudo!"
 
- A dívida atual do grupo ronda os mil milhões de euros.
 
- Em 2012 a Parpública (holding estatal) injetou 100 milhões de euros a título de empréstimo em apoio vital à tesouraria da companhia áerea.

- Em Dezembro de 2012 o atual governo rejeitou uma proposta de compra pelo grupo Sinergy de Gérman Efromovich, invocando a falta de uma garantia bancária,
 
- No início do mês corrente a administração declarou à imprensa a necessidade de contarir mais um empréstimo de suporte à tesouaria.
 
- Continua em vigor por parte da União Europeia a proibição de apoio financeiro dos Estados membros a companhias aéreas, por colocar em causa o princípio da livre concorrência.

- É necessário um investimento avultado na renovação da frota, indispensável para baixar os custos operacionais.
 
Conclusão: Ou a empresa é privatizada, ou a sua sustentabilidade está posta em causa e desse modo sucumbirá a breve trecho.