O Estertor da T.A.P.
Passados mais de 20 anos sobre intenções e declarações pífias
dos políticos do atual rotativismo em privatizar a TAP, eis-nos chegados à
situação em que a empresa tem a sua viabilidade comprometida.
Na tesouraria, o grau de rarefação é superior ao do oxigénio
a 10 mil metros de altitude e em vez de capital de reserva a TAP possui antes, um
passivo superior a mil milhões de euros, o que a impossibilita de renovar a sua
frota, há muito envelhecida. Depois do fracasso da venda de 49% da empresa à Swissair, nenhuma outra companhia
europeia de referência se interessou pela transportadora nacional e são já
muito poucos os interessados na privatização, tendo alguns destes desistido.
Uma parte dos pilotos julga-se com direito natural (será
divino?) a uma quota parte numa futura privatização da empresa, enveredando por
processos que lembram as privatizações
das empresas públicas na Rússia, após a queda da União Soviética. E quanto à
participação na dívida astronómica da empresa, aí certamente esses pilotos já
não estarão interessados, tal ficará na totalidade para os contribuintes,
desprovidos de um governo com firmeza e competência! *
Post Scriptum: Hoje os portugueses utilizadores do transporte aéreo já se deram conta dos custos exorbitantes impostos pela TAP, na comparação com os preços praticados por exemplo nas ligações de Lisboa ao Porto, ou de Lisboa a Ponta Delgada nos Açores, pela companhia irlandesa de baixo custo Ryanair. A TAP tem uma estrutura de custos muito alta - esta situação não é alheia às regalias das arábias oferecidas aos seus funcionários -, que depois é obrigada a fazer refletir nos preços praticados aos clientes. Atualmente no espaço da União Europeia já não há mais lugar para monopólios!
* Texto publicado pelo autor deste blog, no Jornal Público de 01-05-2015.
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