O "Milagre" do Défice Público de 2016 - 2,3% do P.I.B.

O valor do défice público relativo a 2016, de 2,3%* do P.I.B. pode parecer um grande resultado, mas não o é de facto, vejamos os truques que o governo levou a cabo para o atingir:

a) Decreto de um perdão fiscal, que permitiu ao Estado uma receita de  mais de mil milhões de €s.

b) Forte queda do investimento público, quando se previa um de crescimento de 20% , através de sucessivas cativações ao orçamento.

c) Distribuição extraordinária de dividendos ao Estado pelo Banco de Portugal.

d) Venda à Roménia de 12 caças F-16 MLU modernizados em Portugal.

e) Forte aumento de impostos sobre o tabaco e combustíveis.

f) Atraso deliberado no pagamento a fornecedores no setor da saúde.

g) Não foi por acaso que o aumento de capital do banco público (Caixa Geral de Depósitos) não foi realizado em 2016, uma vez que esse valor tem de ser levado à contabilização do déficite público.

Nota:

O lado positivo deste défice é que sendo o défice inferior a 3%, irá permitir a Portugal sair do preocedimento da Comissão Europeia por défice excessivo.

O lado negativo é a existência do própria défice, é que enquanto ele existir a dívída pública aumenta.

Depois acontece que muitas destas medidas não são repetíveis a curto prazo.

E finalmente convirá dizer que truques de contabilista manhoso ou criativo  não constituem propriamente soluções para as finanças públicas de qualquer país!

*Nota- O ministro das Finanças Mário Centeno declarou em Fevereiro deste ano, que o défice público de 2016 ficou no máximo em 2,1% do P.I.B. Esperemos pela divulgação das contas públicas consolidadas ...