Banco de Portugal ou só mais um Banco em Portugal !
A recente revelação acerca da concessão de créditos a administradores do Banco de Portugal, quando tal benefício é expressamente interdito aos administradores dos bancos privados, denota uma postura de absoluto desprezo pela ética e pelos princípios de referência, exigidos à entidade reguladora do sector financeiro, independentemente da lei para o sector, que mais parece ter sido elaborada ad hominem protegendo um sector em particular.
As mordomias atribuídas á administração, bem como aos restantes funcionários do Banco de Portugal (Bdp), não têm a mais pequena semelhança com os restantes organismos do Estado português, e caberá questionar a razão de ser de tão abissal diferença de tratamento. Mas a instituição em causa, tem problemas vários como um monumental défice do seu fundo de pensões, o que obriga a que o BdP efectue diversas injecções de capital a título extraordinário.
Para se ter uma noção clara da instituição, convirá dizer que os salários pesam cerca de 70% do total, e cada funcionário (público) ganha em média 2 900 € / mês.
É fácil sacudir o incómodo da situação, com a acusação de populismo ou demagogia aos críticos, mas não é possível encontrar um argumento racional que suporte o actual statu quo do Banco de Portugal, que curiosamente parece estar mais vocacionado para realizar estudos, muitas vezes feridos de erros grosseiros, do que propriamente exercer a actividade fiscalizadora e reguladora do sector bancário.
A imagem do BdP ficou fortemente afectada perante a opinião pública com este episódio, e é inaceitável que perante as privações impostas à esmagadora maioria dos portugueses e dos organismos públicos, subsista no seio do Estado português, um organismo transformado num el dourado de benesses e facilitismos .
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