Advogados a mais ...e Médicos a menos !
Em Portugal, parece existir uma atracção irresistível pelo ensino do Direito, em detrimento de outras áreas do conhecimento. Senão vejamos alguns dados:
Em 22 de Novembro de 2007 encontravam-se registados cerca de 25 700 advogados, ou seja um autentico exército. Este valor corresponde a um rácio, de 1 advogado por cada 389 habitantes. Só para termo de comparação, importa referir que na Finlândia, tal relação é de 1 licenciado em direito para 4333 habitantes.
Perante este quadro torna-se evidente a proletarização destes profissionais, agravada pelo facto de só 45% exercer a profissão a tempo inteiro, e destes a maioria abraçar a prática isolada.
Porém ainda para agravar mais o quadro existente, temos a barbaridade da existência de uma proliferação de cursos de Direito ministrados por cerca de 20 escolas superiores, que lançam no mercado anualmente cerca de 1700 novos profissionais.
Curiosa foi a proposta de um antigo bastonário da Ordem dos Advogados, que preconizava a presença de um causídico, em cada esquadra de polícia, a pretexto da " defesa dos direitos do cidadão perante os alegados abusos da autoridade". Percebe-se a intenção de fazer pagar aos contribuintes, a alta taxa de desemprego que grassa na corporação.
O Estado continua alheado do problema; em vez de reduzir drasticamente o número dos cursos de Direito nas universidades públicas, e com a economia obtida subvencionar cursos de medicina a estudantes nacionais que queiram estudar no estrangeiro - dado que manifestamente as faculdades de medicina no nosso país têm uma capacidade de resposta reduzida - bem como permitir assim dar resposta ao candente défice de médicos, num horizonte temporal de 10 a 12 anos, prefere manter-se impávido e sereno, certamente perante o pavor de hostilizar o influente lobby do ensino do Direito.
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