Partidos Mais Virtuais Que Pequenos
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Constitui verdadeiramente um espectáculo grotesco, as lamurias de um conjunto de partidos que habitualmente se convencionou apelidar por "pequenos" mas que seria mais apropriado designar por virtuais. Embora o grupo em questão seja muito heterogéneo (vide resultados eleitorais), duvido que mesmo todos juntos conseguissem reunir o mínimo de 5000 militantes, o que revela bem a sua diminuta implantação na sociedade. Não se pode confundir um partido político, com um movimento cívico, ou grupo de reflexão, são realidades bem distintas; da mesma forma que um pelotão não é propriamente igual a um batalhão, ou uma freguesia não pode ser equiparada a uma região, e não se trata somente de uma questão de dimensão. Os partidos devido à actividade que exercem, bem como em resultado da sua expressão eleitoral, são subvencionados pelo Estado, com apoios às campanhas eleitorais, em tempos de antena e mesmo no seu funcionamento corrente ou seja custam dinheiro ao contribuinte. Como tal em toda a parte do mundo civilizado, é exigido aos partidos que tenham um mínimo de representatividade e inserção na sociedade, senão bastaria que um grupo de amigos ou uma qualquer tertúlia se intitulasse como tal, e acto contínuo usufruísse indevidamente dos apoios inerentes à actividade política. Se os partidos em causa, não conseguem mercê das suas propostas e ideário, atingir a dimensão mínima de militância, é porque não são ainda partidos, e como tal só lhes resta como agrupamento político conquistar a confiança e o suporte da sociedade, para poderem crescer e atingir o patamar, que lhes permita criar massa crítica de modo a poderem ser objecto do escrutínio eleitoral. De outra forma, tratar-se-ia de um embuste ao país, que afectaria a credibilidade das instituições e dos próprios órgãos de representação colectiva.
(No Público, em 11.01.08)
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