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sábado, janeiro 05, 2008

Partidos Mais Virtuais Que Pequenos


Constitui verdadeiramente um espectáculo grotesco, as lamurias de um conjunto de partidos que habitualmente se convencionou apelidar por "pequenos" mas que seria mais apropriado designar por virtuais. Embora o grupo em questão seja muito heterogéneo (vide resultados eleitorais), duvido que mesmo todos juntos conseguissem reunir o mínimo de 5000 militantes, o que revela bem a sua diminuta implantação na sociedade. Não se pode confundir um partido político, com um movimento cívico, ou grupo de reflexão, são realidades bem distintas; da mesma forma que um pelotão não é propriamente igual a um batalhão, ou uma freguesia não pode ser equiparada a uma região, e não se trata somente de uma questão de dimensão. Os partidos devido à actividade que exercem, bem como em resultado da sua expressão eleitoral, são subvencionados pelo Estado, com apoios às campanhas eleitorais, em tempos de antena e mesmo no seu funcionamento corrente ou seja custam dinheiro ao contribuinte. Como tal em toda a parte do mundo civilizado, é exigido aos partidos que tenham um mínimo de representatividade e inserção na sociedade, senão bastaria que um grupo de amigos ou uma qualquer tertúlia se intitulasse como tal, e acto contínuo usufruísse indevidamente dos apoios inerentes à actividade política. Se os partidos em causa, não conseguem mercê das suas propostas e ideário, atingir a dimensão mínima de militância, é porque não são ainda partidos, e como tal só lhes resta como agrupamento político conquistar a confiança e o suporte da sociedade, para poderem crescer e atingir o patamar, que lhes permita criar massa crítica de modo a poderem ser objecto do escrutínio eleitoral. De outra forma, tratar-se-ia de um embuste ao país, que afectaria a credibilidade das instituições e dos próprios órgãos de representação colectiva.
(No Público, em 11.01.08)