O "Flop" da Royal Navy no Golfo Pérsico
H.M.S Cornwall
Quando a 23 do passado mês, várias vedetas de patrulha da marinha iraniana neutralizaram e prenderam cerca de 15 militares britânicos ( 8 marinheiros e 7 fuzileiros ) provenientes da fragata HMS Cornwall , logo após estes terem acabado de realizar uma inspecção a bordo de um navio indiano suspeito de contrabandear veículos, vários sectores do mundo ocidental ficaram perplexos com o sucedido. O inquérito preliminar revelou que a fragata fora obrigada a permanecer afastada das lanchas de fiscalização britânicas devido à pouca profundidade das águas no sector do Shatt al-Arab e que o helicóptero Lynx do navio de Sua Majestade tinha como de costume abandonado a àrea de operações pouco tempo após o início destas, impossibitando-o assim de dar qualquer cobertura ou apoio rápido em caso de necessidade. Mas pior que o incidente, foi a abordagem panfletária e propagandística dada por Teerão em proveito próprio ao sucedido, e evidenciando aos olhos do mundo inteiro a falta de preparação dos súbditos do Reino Unido, ao revelar mais um conjunto de teenagers assustados do que propriamente militares de uma potencia naval com os pergaminhos da Royal Navy. Para cúmulo chegou-se ao ponto da imprensa anglo-saxónica ter oferecido e já acordado um valor total próximo dos 500 000 dólares, pelo testemunho exclusivo dos militares sobre o cativeiro na nação persa, perante um coro de protestos da opinião pública. A este facto não é alheia, a forma desastrada com que muitos países do velho continente adoptaram no recrutamento de jovens para as suas fileiras, ao incidirem as suas campanhas de marketing unicamente nas vantagens e benesses do serviço militar e ao mesmo tempo omitirem convenientemente, tudo quanto sejam responsabilidades e riscos inerentes às funções desempenhadas. A Europa e mais propriamente a União Europeia, só podem ter alguma capacidade de projecção de força no exterior, quando decidirem optar por levantar uma estrutura militar supranacional , com comando próprio e sob a tutela directa da Comissão Europeia. Até lá continuaremos a dispôr de um somatório de pequenas e médias estruturas militares nacionais, com custos elevadíssimos e mesmo incomportáveis para muitos estados e sem qualquer relevância a nível internacional, face às novas grandes potências emergentes, bem como sem conseguir minimamente garantir o estatuto de aliado credível face aos EUA.
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