Nome:
Localização: Portugal

sexta-feira, julho 05, 2013

A Viagem de Evo Morales, ou a Armadilha de Snowden.

Falcon 900EX da Presidência da Bolívia.


A viagem atribulada do Presidente da Bolívia Evo Morales, entre Moscovo e La Paz criou uma péssima imagem da Europa, em todo o continente Sul Americano.

O âmago de todo este caso prende-se com a fuga e o atual refúgio no aeroporto de Moscovo, do analista de comunicações norteamericano Edward Snowden, subcontratado pela Agência Nacional de Segurança (NSA). As suas revelações acerca de ações de vigilância por parte dos Estados Unidos, sobre países europeus (e instituições europeias) têm causado preplexidade e desconforto sobretudo em Bruxelas, Paris e Berlim.

Receando ser feito prisioneiro e deportado para os E. Unidos, Snowden juntamente com os seus apoiantes promoveram uma ação de contra-informação, que consistiu em fazer passar a ideia através dos media, de um pretenso asilo diplomático concedido pela Bolívia. E como o Presidente Morales esteve presente no Forum dos Países Exportadores de Gás em Moscovo, a oportunidade seria única para o ex-agente da NSA acompanhá-lo abordo, na sua viagem de regresso à capital da Bolívia. Estaria assim garantida a sua imunidade, uma vez que viajava numa aeronave oficial de um Estado soberano e como tal com estatuto similar ao de uma embaixada.

Mas tudo não passou de um rebate falso, ou seja Snowden não viajou nesse aparelho e limitou-se a  lançar um isco falso para despistar os seus perseguidores.

A recusa por parte da França e da Itália quanto ao sobrevoo dos seus territórios, ou reabastecimento do avião presidencial boliviano é altamente criticável, dado ter sido desprovida de fundamento. Mas a mesma atitude por parte de Portugal e de Espanha é completamente inaceitável, dado estes países fazerem parte da Comunidade Ibero-Americana. Aos países da América Latina unem-nos laços seculares duradouros, independentemente das opções políticas dos governos, que se vão revezando ao longo do tempo.

Por cá a ordem foi emanada por um político imbecil e medíocre, que para além de ter provocado uma crise política interna, que custou ao país milhares de milhões de euros de prejuízo, ainda se permitiu provocar um incidente internacional com países amigos. A sede de protagonismo por figuras políticas com tiques de "Prima Donna", normalmente resulta em escândalos, ou no ocaso precoce das suas carreiras.