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quinta-feira, junho 18, 2015

A Privatização Parcial (61% + 5%) da TAP !

A privatização da TAP SGPS era inevitável face ao descalabro financeiro, que durante décadas os sucessivos governos permitiram por desleixo, inépcia, ou incompetência, uma vez que o Estado português através da Parpública, detém a totalidade do capital da empresa.
 
É interessante analisar a forma, como o governo determinou o vencedor do concurso de privatização da empresa publica de transporte aéreo.
Importa referir que o governo determinou que o processo de reprivatização do capital social da TAP fosse efetuado através da alienação de ações representativas de até 66% (5% serão destinados aos funcionários da companhia), do capital da TAP SGPS, SA. Haverá uma opção de venda do restante capital - 34%  das mãos do Estado - que o consórcio ganhador poderá exercer nos 2 anos subsequentes, à assinatura do contrato.
 
O vencedor do concurso foi o consórcio Gateway formado pelo empresário português Humberto Pedrosa (Grupo Barraqueiro) com 51% do capital e David Neelman (dono das companhias Jet Blue e Azul) com o capital restante. David Neelman nunca poderia ter concorrido sózinho à privatização, uma vez que é obrigatório o acionista maioritário ter uma nacionalidade europeia e ele possui dupla nacionalidade, mas brasileira e norteamericana.
Já para Gérman Efromovitch o outro concorrente essa questão não se colocava, pois detém a nacionalidade polaca, para além da brasileira e colombiana.
 
Se é perfeitamente natural e quase obrigatório, que os dois principais concorrentes tivessem recorrido a sociedades de advogados para preparar a documentação de entrega de propostas ao concurso, é absolutamente inacreditável, que apesar do governo tutelar a empresa pública Parpública (gestora das participações sociais no universo estatal) com recursos humanos qualificados, recorresse também a uma sociedade de advogados para assessoria jurídica do Estado e ainda a um banco de investimento  para assessoria financeira !!!
 
Como é que é possível o Estado ficar na mais absoluta dependência do recurso ao "outsourcing" para a tomada de decisão? Só falta entregarem o governo do país quer a sociedades financeiras, quer  a escritórios de advogados e já agora com eleições só para mero efeito decorativo!