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sexta-feira, agosto 15, 2014

4 Meses para Escolher um Líder Partidário !

No maior partido da oposição - Partido Socialista - um dos seus destacados dirigentes (António Costa) decidiu candidatar-se ao lugar de secretário geral, desafiando a atual liderança protagonizada por António J. Seguro.

Num processo simples de eleições diretas a escolha interna daquele agrupamento político seria relativamente rápida Porém a atual direção sentindo-se acossada e insegura - parece piada indireta, mas não é - tirou um coelho da cartola e decidiu responder com uma inovação: realizar a escolha da liderança através de um processo de eleições primárias à americana, sem que nada para tal estivesse preparado. Como tal o processo irá arrastar-se durante 4 meses!

Algumas comparações:

 Vaticano

A sucessão do Papa Bento XVI para o Papa Francisco demorou 13 dias, antecedida do tradicional conclave !!!

Espanha

O Chefe de Estado - Rei D. Juan Carlos - abdicou do trono e o seu sucessor e filho Felipe VI foi proclamado rei de Espanha passados 2 meses e 20 dias !!!

O "Partido Socialista Obrero Español" (P.S.O.E.) não precisou mais do que 48 dias para que num processo eleitoral interno (seguido de um congresso) escolhesse um novo líder - Pedro Sánchez - após a demissão da direção presidida por Alfredo Rubalcaba !!!

Será que António José Seguro ainda não deu conta, que estamos em pleno século XXI ? Não parece mesmo !  

Nota:
 O panorama partidário português é tudo menos claro; assim temos um Partido Socialista e um Partido Social Democrata, situação que até poderia levar a pensar a um observador fora de Portugal, que ambos fariam parte da Internacional Socialista, organização política abrangendo as forças políticas da área social democrata e socialista. mas nada mais falso.

O Partido Socialista no Parlamento Europeu (e não só) faz parte do grupo da Internacional Socialista, ao passo que o Partido Social Democrata integra o Partido Popular Europeu, uma formação política de conservadores. Ou seja neste caso o rótulo manifestamente não corresponde ao conteúdo.

Como pode um partido que se autoproclama de social democrata e como tal de esquerda, integrar na prática e nos principios uma organização internacional situada exatamente nos antípodas desse posicionamento político?