O euro (€) começou a circular no nosso mercado em Janeiro de 2002 - até 1 de Março desse ano coexistiu com o escudo - perante o entusiasmo incontido de muitos tecnocratas e o cepticismo com muito receio à mistura, por parte da população mais idosa, completamente baralhada com a conversão entre as duas unidades monetárias.
Hoje passados mais de 9 anos e conhecendo-se a situação dos países membros da
Eurozone , convém fazer um breve
tour pelos membros da União Europeia, que não adoptaram a moeda única:
-A
Polónia prevê para o corrente ano um crescimento do seu produto em 4% [moeda nacional -zloty].
-A
Dinamarca - na vizinhança da Alemanha, o que explica muita coisa - viu crescer o seu PIB no ano de 2010 em 2,1% [moeda nacional - coroa dinamarquesa].
-A economia da
Suécia em 2010 cresceu 5,5% e a previsão para 2011 é de 3,8% [moeda nacional - coroa sueca].
-A próspera - após a queda do modelo soviético -
República Checa conseguiu que em 2010 a sua economia crescesse 2,1% [moeda nacional - coroa checa]
-A
Hungria é um exemplo a estudar, é que em 2008 sofreu uma violenta crise financeira, que produziu uma recessão de - 6,4 % na sua economia. Tornou-se assim necessária uma ajuda conjunta do FMI e da União Europeia, que se traduziu num empréstimo de 25 mil milhões de dólares para restaurar a confiança dos investidores e a estabilidade financeira [moeda nacional - Forint]. Em 2010 a economia da Hungria cresceu 1,2%.
-No
Reino Unido apesar das fortes restrições na despesa pública por parte do governo conservador de David Cameron, a economia britânica cresceu 1,1% em 2010 [moeda nacional - libra esterlina] .
- Na
Roménia - um país endemicamente pobre - em 2010 a sua economia sofreum crescimento negativo de 1,3% (recessão) [moeda nacional-Leu].
Por sua vez a
Lituânia obteve para a sua economia em 2010 um crescimento de 1,3% [moeda nacional-Litas}.
A
Letónia por sua vez registou um crescimento de -0,3% (recessão) [moeda nacional-Lats].
A economia da
Bulgária cresceu 0,2% (estagnação na prática) [moeda nacional- Lev].
Acontece que a maioria destes países optaram pela não adesão ao Euro nas condições actuais, porque perceberam que as suas economias não eram competitivas com os mais fortes aderentes à moeda única europeia. E como tal não podiam abdicar desse instrumento de soberania e política económica que constitui a respectiva unidade monetária nacional.
Hoje podem facilmente controlar a balança de pagamentos através da desvalorização das suas moedas, fomentando as exportações dos seus produtos e restringindo indirectamente a entrada de mercadorias e serviçoes concorrentes.
Hoje é claro que o chamado "Clube Med da U.E." (países periféricos do sul da europa) não reunem os requisitos de produtividade, financeiros e económicos, para poderem ombrear em matéria de trocas comerciais, com os países do núcleo duro do Euro, ou seja : Alemanha, Holanda, Aústria e Finlândia.
Uma moeda única ao nível económico e financeiro implica forçosamente um modelo federal ao correspondente sistema político mas os euro-burocratas conseguiram criar um modelo híbrido quase ingovernável. Alguém consegue imaginar o dólar nos Estados Unidos sem o modelo federal que o suporta, com a existência de estados independentes?
Assim hoje a situação económica e financeira do nosso país assemelha-se de certo modo a uma viatura automóvel com motor, mas sem caixa de velocidades (nem manual nem automática). Por muito esforço que seja pedido ao motor, invariavelmente o veículo não sairá do mesmo sítio.