A TROUXE-MOUXE

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quarta-feira, maio 30, 2012

Ambientes ...Palacianos.


[Convento de Mafra (Fachada Sul, menos conhecida) - Séc. XVIII - Reinado D.João V.]

domingo, maio 20, 2012

A República de Weimar e o Pavor Germânico .

A República de Weimar (1919-1933) recebeu como herança, a derrota do Império Alemão durante a Primeira Guerra Mundial, bem como os pesados e humilhantes termos do  Tratado de Paz assinado em Versalhes. A situação financeira deteriorou-se rapidamente e a Alemanha entrou em rutura financeira, tendo inclusive entrado em incumprimento no que respeita às indemnizações de guerra, a pagar aos páises Aliados vencedores do conflito. E como resposta punitiva, em Janeiro de 1921 tropas francesas e belgas ocuparam a bacia do rio Ruhr, que constituía o coração industrial da Alemanha.

Com todo este cenário na Alemanha não admira que tenha eclodido uma hiperinflação, que devastou transversalmente todo o país e cujas ondas choque são ainda hoje recordadas pela população germânica de todos os quadrantes políticos.

Para que se possa ter uma noção mais próxima da realidade, do que foi a hiperinflação na Alemanha ficam aqui alguns exemplos ilustrativos:
-Os trabalhadores eram pagos à hora, para que o dinheiro rapidamente passasse para os familiares ou amigos, antes que o seu valor fosse nulo.
-As pessoas chegavam a transportar o dinheiro em carros de mão, tal era a quantidade necessária para adquirir produtos comuns nas lojas, face à desvalorização meteórica do marco.
-A troca de produtos tornou-se banal e vantajosa relativamente ao uso da moeda.
-Os pensionistas e a classe média foram as maiores vítimas da escalada dos preços, uma vez que os seus rendimentos eram fixos e as poupanças em dinheiro rapidamente se volatilizaram.
-No Inverno muitos alemães chegaram a queimar mobília das habitações para aquecimento, dado não possuírem recursos para a compra de lenha.

Em Setembro de 1923 a Alemanha passou a ser dirigida pelo Chanceler Gustav Stresemann, que conseguiu obter um empréstimo dos Estado Unidos de 200 milhões de euros e criou uma nova moeda o Rentenmark com o reescalonamento das indemnizações de guerra a pagar aos Aliados. Num ápice a confiança voltou e o investimento com criação de emprego também. Em Novembro de 1923 o cãmbio com a moeda norte-americana era de 1 dólar a  valer 4,2 trliões de marcos !

A pequena retoma foi esmagada pelo crash da bolsa norte-americana em 1929, tendo como consequência a grande depressão a nível mundial e em 1933 Hitler chegou ao poder com as consequências por demais conhecidas.

Este legado da República de Weimar passou de geração em geração e ainda hoje condiciona as decisões do governo da Alemanha Federal.

* Em cima uma nota de banco emitida em 1923, com valor facial de 5 biliões de marcos.

quarta-feira, maio 09, 2012

Ambientes ...tauromáticos.

Tércio de bandarilhas.

No segundo tércio ou também chamado tércio de bandarilhas, o toureiro não dispõe do tradicional capote ou da muleta nas mãos para fixar a atenção do animal,  mas tão só um par de bandarilhas, o que se traduz por um risco acrescido. O touro concentra-se na silhueta do diestro e investe de forma mais agressiva; caso o toureiro caia ou cometa um erro na abordagem,  tal circunstência poderá ser-lhe fatal.

segunda-feira, maio 07, 2012

Voilá Monsieur François Hollande !


François Hollande ganhou a segunda volta das eleições presidenciais em França com 52 % dos votos, bem à frente do seu rival Nicolas Sarkozy - após um desempenho medíocre na presidência - numa eleição com forte participação do eleitorado.

As promessas tentadoras do candidato vencedor, tais como a reforma aos 60 anos para quem tenha uma carreira longa de contribuições, a admissão de mais de 60 mil professores no ensino público entre outras, certamente pesaram na decisão dos franceses, apesar de significarem um desiquilíbrio ainda maior do défice público.

Mas a mais tentadora foi sem dúvida a promessa do fim da austeridade e do relançamento do crescimento económico. Mas para que tal acontecesse, a economia francesa e europeia teriam de rapidamente ganhar competetividade a nível mundial, coisa que ninguém consegue imaginar a curto prazo, sobretudo quando ambas abdicaram do seu setor industrial.

O resultado de todas estas promessas será  um aumento rápido da despesa pública, bem como  do endividamento do Estado gaulês, com degradação da notação deste pelos mercados (a França perdeu recentemente a notação de triplo A da sua dívida) e a subida rápida das taxas de juro em operações futuras de empréstimo.

Como previu Noriel Roubini - professor de economia na Stern School of Business em New York -  a quem os mercados ouvem com respeito, ao contrário do que sucede com os políticos europeus falaciosos, " (...) o euro não desvalorizará, a competitividade externa não será restaurada e a recessão irá agravar-se (...). " E ainda " (...) a recessão na periferia da Zona Euro está a agudizar-se e a transitar para o centro, nomeadamente para a França e para a Alemanha (...).

Nota final - A economia chinesa registou um crescimento no ano anterior de 9,5%  - na União Europeia foi de 1,6% - e apesar disso alguém imagina que por lá os cidadãos se possam reformar aos 60 anos? Competitividade essa palavra proibida...

sábado, maio 05, 2012

Nicolas Sarkozy versus François Hollande


O debate para a 2.ª volta das eleições presidenciais francesas tem sido intenso e muitas vezes extremado, porém convirá conhecer a situação da República Francesa, antes de esgrimir argumentos por um, ou por outro candidato. Então vejamos os seguintes indicadores relativamente ao ano de 2011:


a) Dívida Pública  [ 85,8% do P.I.B.]

b) P.I.B. [ +1,7%]

c) Execução orçamental [-5,2%]

d) Desemprego [9,3%]


Desde 1974 até 2011 a execução orçamental dos sucessivos governos em França não conseguiu apresentar excedentes (tal como em Portugal) , nem por uma única vez !
Com o estado atual da economia e finanças gaulesas, haverá alguém porventura ainda à espera de milagres no futuro próximo?