A TROUXE-MOUXE

Nome:
Localização: Portugal

domingo, maio 26, 2013

O Chapéu do Lampião !

Em criança ouvi a história lendária, se bem que truncada e abreviada do "Rei do Cangaço"(1898-1938), sobretudo quando passava parte das férias de verão em Vilar Seco, na Beira Alta, donde muita gente tinha emigrado para o Brasil, incluindo o meu avô materno.

Fiquei curioso em conhecer mais pormenores sobre tão enigmática figura e só em adolescente acabei por finalmente visualizar uma fotografia desta personagem. A surpresa foi total ! O expressão do seu olhar aparentava alguém calmo, mas determinado, usava  óculos de aros redondos, que até lhe conferiam um ar de intlectual, em contraste total com as ações brutais em que se envolveu.

Uma segunda surpresa:  o chapéu que ele envergava, tal como os restantes homens do seu grupo de cangaceiros, era-me de certo modo familiar. Mas então qual a sua proveniência?

A origem remota dos chapéus dos cangaceiros remonta claramente à época das guerras napoleónicas e mais concretamente ao modelo usado frequentemente pelos oficiais dos exércitos beligerantes.


Ilustração datada de 1804 referente a militares em Paraíba, no Brasil. O oficial de infantaria (1.ª figura a contar da direita) usa o chapéu de dois bicos.

Ao lado esquerdo Capitão do Royal Corps of Engineers 1808 (Inglaterra) e ao lado direito Garde D'Honneur de Nancy 1806 (França).

O chapéu meia-lua de Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) era feito em couro, com a aba virada para cima e já possuía uma individualidade própria com motivos ornamentais esotéricos, na crença que estes lhes conferissem alguma proteção, perante a perseguição das autoridades.

quarta-feira, maio 15, 2013

Resíduos Plásticos no Mar - Ameaça Ambiental.


A deposição de detritos e resíduos de toda a ordem nos oceanos está a causar uma verdadeira catástrofe, em toda a vida marinha do planeta. Uma vasta gama de animais marinhos ingerem estes poluentes por engano, já que muitas vezes visualmente assemelham-se a organismos da sua cadeia alimentar e acabam por morrer em grande número. As aves, peixes e répteis marinhos acabam por ser as vítimas diretas desta atitude idiota, de alguns membros da espécie humana.

A redução da produção de plásticos, com a sua substituição por materiais biodegradáveis e sobretudo a reciclagem deste tipo de detritos é praticamente a única forma racional, de abordar o problema.

Impõem-se a adoção de sanções pesadas, para quem proceda à deposição de resíduos nos oceanos, e ações de vigilância marítima por parte das autoridades. A despoluição dos rios e o tratamento dos efluentes domésticos e industriais é condição necessária - se bem que não suficiente - para que os oceanos continuem a ser habitat de muitas espécies essenciais à biodiversidade.

As gerações futuras têm o mesmo direito que nós hoje, em usufruir em plenitude o meio ambiente que nos envolve. Aliás temos até a obrigação em deixar-lhes a natureza em melhor estado, do que aquele em que a encontrámos. Ou não será assim?

domingo, maio 05, 2013

Espaço Público

Largo do Chiado, Lisboa

A calçada portuguesa (designada no Brasil por pedra portuguesa) como solução decorativa para revestimento de passeios e espaços públicos é uma arte e constitui motivo de apreço em todo o mundo, valorizando de sobremaneira o meio urbano no qual se insere.

Porém esta opção também tem alguns inconvenientes, que devem ser ponderados tais como:  custo elevado de construção (aproximadamente 30euros/m2 ou até o dobro em situações pontuais), baixa aderência em piso molhado, ocorrência de descalcetamentos frequentes, custo de manutenção elevado, deformação do pavimento sobre ação de cargas concentradas tais como veículos automóveis sobre passeios e  outras. Tudo isto para dizer, que o universo de utilização desta solução deve estar limitado a espaços com valor patrimonial, histórico ou cultural. Mas como por cá quase ninguém pensa racionalmente antes de tomar decisões, agindo preferencialmente sob o efeito do impulso momentâneo, assistimos em muitas das nossas cidades à generalização da calçada, por tudo quanto é rua, beco ou travessa. Ou seja, aquilo que devia ser a exceção e ter valor como tal, banalizou-se e tornou-se regra. É um trabalho vincadamente artesanal, executado em condições duras para o calceteiro e cuja mão de obra habilitada escasseia.

Assim urge encontrar uma solução alternativa para o revestimento da maioria dos  passeios das nossas cidades, com um material com boa relação custo/eficácia, confortável e seguro para o transeunte, bem com aspeto visual, que se integre no meio envolvente. A tomada de tal decisão necessita de um parecer técnico, levado a cabo por uma entidade  tal como o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, ou uma faculdade com valências na área da engenharia dos materiais. Será que é pedir muito?


Nota: Também em muitas cidades do Brasil existem magníficos trabalhos de calçada artística, onde em algumas delas é possível encontrar pedras em tons de azul e verde, provenientes de rochas locais. Tal como cá, também no país irmão existe um site na internet muito bem estruturado, com informação técnica sobre esta arte tão nobre.