Os sinais do estretor desta 3.ª República são cada vez mais que evidentes e estão à vista de todos numa profusão cada vez mais insuportável, vejamos: a atual coligação partidária entre o CDS e o PSD apesar de dispor de maioria parlamentar, evidencia sintomas contínuos de rotura; no seio dos principais partidos políticos estão em marcha movimentos claros de desagregação interna; no último congresso dos munícipios estalou o verniz a muito boa gente, que revelou a verdadeira natureza do seu ADN político e pessoal; os membros do executivo são vaiados pela população, com impropérios dignos de fazer corar qualquer carroceiro; já nem o Presidente da República escapa à contestação generalizada da classe política, tendo esta optado por uma postura de discrição extrema e de preferência participar em atos semiclandestinos, como aconteceu nas recentes comemorações do 5 de Outubro.
Mas o nosso modelo constitucional semi-presidencialista já não tem capacidade disponível, para ultrapassar qualquer crise política perante a situação atual. E conseguiu até a proeza de juntar o pior do parlamentarismo, com um presidencialismo de impotência supostamente de influência, mas que se tornou num ícone de decadência. Hoje realizar eleições não resolveria rigorosamente nada e então constituir um “governo de salvação nacional” levaria a um outro ímpasse, uma vez que se nem a vigente coligação a dois partidos é eficaz, quanto mais a três e neste caso ainda sob a eminente sombra de moções de censura, ou votos de bota abaixo por deputados rebeldes no parlamento.
Por fim o orçamento do Estado para 2013, com o seu incontornável aumento estratosférico de taxas e impostos, transformou-se na passagem a prazo de uma verdadeira certidão de óbito a esta 3.ª República. Decididamente alguma coisa está para acontecer…Venha a 4.ª República!
