Padre José Maurício Nunes Garcia [Rio de Janeiro,1767-1830].

O Padre José Maurício Nunes Garcia foi um compositor de música sacra, autor de uma vasta obra, cuja qualidade o coloca entre os maiores do seu tempo. Extremamente culto, conhecedor das ideias iluministas foi ainda professor, regente e como interprete destacou-se como um virtuoso do orgão e do cravo. É impressionante como numa época em que as comunicações se faziam de forma muito árdua, ele conseguiu estar a  par da modernidade cultural do seu tempo. O Príncipe-Regente D. João VI - um melómano entusiasta - quando chegou ao Rio de Janeiro e tomou conhecimento das suas qualidades, desde logo o nomeou Mestre-de-Capela da Sé Catedral.

Da autoria do  Padre José Maurício figuram 26 Missas, 4 Missas de Requiem, Responsórios, Matinas, Vésperas, 1 Miserere, 1 Stabat Mater, 1 Te Deum, Hinos e Modinhas ! Absolutamente prodigioso.

Nobres e Bastardos !

Coche dos "Meninos da Palhavã" (Séc. XVIII)

A foto acima colocada não é uma mera ilustração de circunstância, relativamente ao tema em título. Trata-se de uma viatura de aparato, um "coupé" (parte da frente cortada) de 2 lugares, construído para os 3 filhos bastardos de D. João V, os infantes D. António, D. Gaspar e D. José, conhecidos por meninos da Palhavã, nome do palácio onde habitavam e que corresponde atualmente à sede da Embaixada de Espanha.

Quer os bastardos fossem filhos do rei, ou de membros da restante nobreza, a situação do seu estatuto social  inferior ao dos filhos legítimos nascidos dentro do matrimónio, impunha a utilização de uma simbologia própria,  que passava pela inclinação do escudo com as armas reais no primeiro caso, ou do brasão de família no segundo. Tal representação é bem visível na pintura da porta do coche, usado pelos três filhos bastardos do rei D. João V (clicar na imagem para aumentar) .

     

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