O governo de coligação grego - dos partidos
Syriza (esquerda radical) vencedor das últimas eleições e
Anel (direita nacionalista) chefiado por Alex Tsipas declarou a mais absoluta oposição à continuação do programa de austeridade imposto à Grécia, pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional.
A questão em aberto prende-se com a periclitante sustentabilidade da permanência da Grécia na moeda única - o Euro. É que a dívida grega é colossal e a contenção do défice público dentro dos limites previstos tem como consequência, a degradação absoluta do nível de vida da população.
Mas a Grécia é um país arcaico, que não consegue aplicar de forma eficiente políticas fiscais, como fazem os restantes membros da União Europeia. Não consegue aplicar aceitavelmente o I.V.A. (imposto sobre o valor acrescentado), impostos sobre rendimentos, ou sobre o Património.
Porque é que na Grécia - apesar de ser um país com poucos recursos - por exemplo uma cabeleireira pode-se reformar (aposentar) aos 50 anos, quando na Alemanha tal só acontece aos 60 e tal anos?
Porém deve-se salientar, que a coligação de partidos atualmente no poder não tem responsabilidades na situação da sociedade grega, ao contrário dos partidos do sistema helénico, a saber Nova Democracia (conservadores) e Pazok (partido socialista).
Ninguém minimamente responsável pretende abrir uma crise na zona euro, cujas ondas de choque iriam causar danos dentro e fora da Europa, mas que acabariam por causar maior dano exatamente na população grega.
O perdão da dívida grega pelos restantes Estados membros não é viável pelas perdas que - numa época de estagnação económica, posterior a uma recessão dolorosa - teriam de ser suportar ; veja-se o caso da Espanha cuja aplicação no crédito a Atenas foi de 26 mil milhões de euros, ou Portugal com um montante mais modesto de 1 100 milhões de euros!
Os Estados Unidos sairam de uma crise financeira aguda, através do crescimento económico com políticas audazes do seu governo; infelizmente na União Europeia o clima geral não permite tais ousadias e o futuro não se advinha risonho.