A Desindustrialização[Fábrica VW Hannover,1956]
No final de 1945, os principais centros
indústriais no continente europeu encontravam-se em ruínas, uma vez que tinham sido considerados objectivos estratégicos e como tal alvo de bombardeamentos intensos, pelas principais potências beligerantes. Nessa época os europeus
privilegiavam a acção em
detrimento da reflexão, é que os
estômagos vazios não permitiam grandes hesitações, ou crises de identidade.
O renascimento da Europa no pós-guerra pela aposta no sector industrial, só foi possível graças ao esforço e tenacidade desses
indómitos operários e dirigentes, que lado a lado em instalações precárias, mas com uma determinação sem limites
construíram um horizonte de felicidade. A última metade do século XX assistiu ao apogeu da industria europeia, porém já na parte final deu-se início à intromissão e controle accionista das grandes empresas pelas sociedades financeiras.
Quase em simultâneo a implosão - acompanhado do colapso financeiro - do bloco comunista liderado pela União Soviética a partir dos anos 90 abriu portas à
deslocalização de uma parte
significativa do sector industrial do ocidente europeu para leste, já que
proporcionava maiores lucros às sociedades detentoras das participações sociais, através da baixa
muito acentuada dos custos de produção sobretudo na mão de obra.
Essas sociedades ávidas de mais valias fáceis, já controlavam a gestão dos principais grupos industriais incentivaram essa opção, que rapidamente se contagiou a quase todo o continente europeu. Mas os patrocinadores da iniciativa descobriram, que caso deslocassem as unidades de produção ainda para mais longe ou seja para a Ásia e nomeadamente para a China entre outros, os custos ainda baixavam mais, pelo que não demorou muito, até que quase em massa muitas empresas da velha Europa definitivamente passassem a ter no oriente a sua principal cadeia produtiva.