PSD: Um Congresso Banal
-A reunião magna do PSD, nada trouxe de novo à atmosfera política portuguesa; muitas daquelas pessoas agora na ribalta já passaram por diversos governos, sem que alguém recorde uma única medida positiva da sua autoria.
-Rui Rio falou na necessidade de um Estado forte, porém esquece-se que um país pequeno, pobre e periférico, nunca pode gerar um Estado, que não seja de extrema fraqueza. A excepção ocorrida durante o Estado Novo, implicou a existência de uma ditadura .
-Passos Coelho continua a não perceber o que significa o liberalismo económico; no caso presente do elevado preço dos combustíveis, uma das causas internas, reside no facto da Petrogal deter em Portugal o monopólio da refinação, e enquanto tal acontecer, o panorama interno não mudará significativamente. E o que faz este político que se diz liberal, num partido designado de social-democrata? Já era tempo de dominar os conceitos ideológicos...
-Quanto à Presidente do PSD, não apresentou linhas de orientação novas de aplicação a curto ou médio prazo; é extraordinário a sua crítica aos investimentos públicos ou infra-estruturas que o país não carece ou não tem dinheiro, quando em Abril de 2004 era Ministra das Finanças e conjuntamente com o então Ministro da Defesa Paulo Portas, num governo liderado por Durão Barroso, subscreveu o contrato de aquisição de 2 inúteis submarinos, para os quais o Estado manifestamente não tinha, nem tem dinheiro. A despesa é de tal forma pesada, que já se equaciona o adiamento da entrega da segunda unidade, por forma a não comprometer o défice residual previsto para 2010. Estes equipamentos vão custar aos contribuintes 973 milhões de euros(0,5% do PIB) , com um financiamento efectuado por um sindicato bancário (BES e Crédit Suisse) para a construção daqueles navios. O valor em causa é superior ao custo da construção da ponte Vasco da Gama, mas com uma diferença substancial: é que ao fim de 30 anos a ponte e outras estruturas de utilidade pública, lá continuarão, ao passo que os submarinos não serão mais do que muitas toneladas de sucata.
Finalmente as boas intenções de política na área social, trataram-se meramente de uma colagem, à postura revelada pelas recentes tomadas de posição do Presidente da República, também aqui não há nada de novo.
Curioso foi ver as declarações de alguns novos empossados nas estruturas do partido laranja, mais parecia que vivemos numa monarquia, e eles possuem o direito divino de ter acesso a lugares de topo na administração pública. Quanto a projectos ou ideias? Não são necessárias, noblesse oblige.