A TROUXE-MOUXE

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domingo, abril 23, 2017

"La Décadence" - 2.ª Parte

Como seria de esperar na 1.ª volta das eleições presidenciais os dois candidatos mais votados foram : Marine Le Pen e Emmanuel Macron. A oeste nada de novo ... pelo menos para os mais atentos !

Marine Le Pen - Advogada com experiência na barra dos tribunais aderiu à Frente Nacional aos 18 anos, facto a que não é alheia a circunstãncia de ser filha do líder fundador deste partido nacionalista - Jean-Marie Le Pen. Aos 8 anos de idade um acontecimento marcou-a profundamente: um atentado perpetrado contra o seu pai, através da explosão de uma bomba colocada nas escadas exteriores ao apartamento da família, por pouco não eliminou todo o clã familiar Le Pen.
O programa eleitoral de M. Le Pen é vasto com 144 propostas, cuja implementação não é garantidamente possível, mas olhemos para as principais:
- A realização de uma negociação com a União Europeia seguida de um referendo interno questionando a saída da União Europeia; organizar outro referendo tendo em vista uma revisão da constituição; reduzir o número de deputados dos atuais 577 para 300 na assembleia nacional e o número de senadores dos atuais 348 para 200 lugares; rearmamento generalizado das forças da ordem; desenhar um plano de desarmamento das áreas suburbanas marginais; criar a pena de prisão perpétua; responsabilizar os pais de menores, quando estes  cometam crimes; restabelecimento da expulsão automática para delinquentes estrangeiros; instauração de uma política de protecionismo económico inteligente.
Muitas destas propostas não são possíveis no quadro atual da União Europeia e bastará recordar que a saída do Reino Unida da U.E. irá custar aos contribuintes britânicos muito dinheiro - estima-se que à volta de 100 mil milhões de euros (100 biliões na designação americana) mesmo no caso deste país não ter aderido à moeda euro; agora no caso da França sendo um país aderente à moeda única, o custo seria insuportável para os cofres gauleses, agravado ainda  pela sua situação de dívida e défices elevados.

 

Emmanuel Macron - A menos que ocorra algum tsunami político, ele será o próximo presidente da República Francesa, já que é o mais favorecido com a estratégia do voto útil anti M. Le Pen.
Com um trajeto profissional em que com maior relevância consta a passagem pela administração pública na inspeção de finanças, a atividade no banco Rothschild que lhe proporcionou bons proventos e finalmente como ministro da economia do governo socialista de Manuel Vals.
Politicamente assume-se como um liberal social (são conceitos antagónicos) e claramente abandonou o socialismo, doutrina já há muito tempo em total descrédito na Europa, liderando hoje o movimento político "En Marche".
Mas o problema sério de Macron será após a tomada de posse da presidência, em que terá de aplicar um programa de austeridade com a redução da despesa pública em mais de 60 mil milhões de euros (60 biliões na numeração americana), com a supressão de mais de 120 000 postos de trabalho na administração pública central e regional; a esquerda que hoje taticamente o apoia, amanhã irá desencadear uma onde forte de contestação.
Ao mesmo tempo propõe um plano de investimentos de 50 mil milhões de euros repartidos pela área do ambiente, saúde, agricultura e modernização administrativa.
Como propostas no âmbito da União  lançou a ideia de criar um orçamento para a zona euro e o lugar de ministro da economia e finanças europeu, tutelado pelos parlamentos da zona euro.
 
Mas para que tudo isto seja possível Macron terá de garantir uma maioria estável na assembleia nacional (parlamento), coisa que ninguém consegue vislumbrar, uma vez que ele não dispõe de partido político - só um movimento - e nem de experiência política mínima, ou seja só tem 3 anos de atividade política.

sexta-feira, abril 21, 2017

"La Décadence" (A Decadência) - 1-ª Parte .

A cultura francesa para mim - desde muito novo quando iniciei a aprendizagen do idioma - teve uma importância especial, através da música, cinema, da banda desenhada (quadrinhos no Brasil), ou da imprensa, entre outros.
 
Portanto a França para mim genericamente falando sempre foi objeto de uma atenção especial, mas infelizmente o meu desapontamento com ela tem aumentado exponemcialmente nas últimas décadas.
 
A política gaulesa tem ultimamente revelado um conjunto de sintomas, cuja natureza revela a  decadência profunda do regime e do próprio país, bastando para confirmar tal perceção, comparar as políticas governamentais e os respetivos resultados, com as congéneres  do seu vizinho britânico.
 
Alguns apontamentos reveladores do que acima afirmo:
 
Nicolas Sarkozy é acusado pelo ministério público de ter violado a lei, devido a ter recebido financiamento ilegal da sua campanha para as eleições presidenciais de 2012, no chamado caso "Bygmalion"; a lei francesa estabelece o limite de 22,5 millhões de euros para gastos com a campanha eleitoral, valor que segundo a investigação policial foi largamente ultrapassado.
 
François Fillon (primeiro ministro da França, durante o consulado de N. Sarkozy entre 2007 e 2012) e atual candidato às eleições presidenciais foi acusado na imprensa francesa de ter utilizado dinheiros públicos - meio milhão de euros - para contrtar ficticiamente a sua esposa como assistente parlamentar, cargo que a acusam de nunca ter exercido, no chamado "Penelopegate". A tudo isto somam-se ultimamente mais acusações, que ele até agora não foi capaz de contrariar cabalmente.
 
As duas filhas ainda adolescentes de Bruno Le Roux - até há bem pouco tempo ministro do Interior de França - terão assinado os seus primeiros contratos com o Estado através do pai, então deputado do Partido Socialista françês !

sexta-feira, abril 14, 2017

Coreia do Norte - O Começo do Fim da Barbárie ?


O conflito da Coreia tem antecedentes no final da 2.ª Guerra Mundial e na delimitação de áreas de influência entre a União Soviética a norte e os Estados Unidos a sul, após a rendição do Japão, que em 1942 tinha anexado a península da Coreia ao seu território; foi estabelecido o paralelo 38.º como linha divisória , um pouco à semelhança do que aconteceu com a ocupação da Alemanha pelos Aliados.
 
O lado norte da península fortemente apoiado pela União Soviética e pela China de Mao invadiu na madrugada de 25 de Junho de 1950 o sul, atravessando o paralelo 38º e chegou até a tomar a capital Seoul, obrigando um vasto grupo de nações lideradas pelos Estados Unidos e e sob a égide das Nações Unidas a entrar no conflito e enfrentar as tropas da Coreia do Norte.
 
A resposta a dar à entrada de tropas chinesas em grande escala - em outubro de 1950 - levou a uma forte disputa entre o comando do general  Douglas MacArthur e o presidente dos Estados Unidos Harry Truman; o conceituado general pretendia e bem, atacar a fonte do problema, inclusivamente bombardeando bases na China junto à Coreia, que serviam de apoio logístico às tropas comunistas e Truman receoso de um conflito com a China, impunha a contenção dos ataques estritamente dentro do território coreano. Os ânimos exaltaram-se e Truman pura e simplesmente demitiu o general do comando das tropas.Seguiu-se a assinatura de um armistício em 27 de Julho de 1953 e tecnicamente as duas Coreias continuam em guerra.
 
Nos últimos anos temos assistido a uma corrida ao armamento nuclear por parte do pequeno grupo, que ditatorialmente dirige o país, com ameaças contínuas, sobretudo quer ao Japão, quer à Coreia do Sul e claro desenvolvendo os respetivos transportadores, ou seja mísseis de longo alcance.
 
A apatia da comunidade internacional parece ter chegado ao fim, com a chegada próxima da uma esquadra norteamericana constituída pelo porta aviões Carl Vinson, com apoio de navios equipados com mísseis de grande precisão.
 
Se o presidente da Coreia do Norte Kim Jong-un, - um louco e criminoso que submete o seu povo à miséria mais ultrajante - tiver a infeliz ideia de realizar um ensaio nuclear, ou teste de míssil de longo alcance, haverá uma primeira resposta sob a forma de bombardeamento convencional (mísseis cruzeiro por exemplo) em alvos já há muito listados!
 MacArthur à direita na imagem sabia que a não resolução do problema coreano à época, teria sérias consequências no futuro, ao contrário de H. Truman à esquerda na foto.

segunda-feira, abril 03, 2017

Tiago Bettencourt - "Morena"