A TROUXE-MOUXE

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sexta-feira, novembro 30, 2007

Uma Fuga Mascarada de Transferência da Corte - Há 200 Anos !

Uma corte perturbada e anedótica, formada por uma rainha louca, e um príncipe regente medroso, decidiram no mais completo pânico empreender uma fuga para o Brasil, acompanhados de mais de 15 mil "corajosos" súbditos, embarcando em cerca de 31 navios mercantes com a companhia sempre indispensável de 23 navios de guerra e com a escolta da armada britânica . Portugal pagou um preço bem alto ao Reino Unido pela "protecção", é que já no século XIX não existiam propriamente "almoços grátis" !

segunda-feira, novembro 26, 2007

Fusão BCP & BPI ou Uma Oportunidade Perdida

Foi uma absoluta desilusão para toda a gente, o fracasso das negociações entre os dois bancos nacionais. Os pequenos interesses de paróquia prevaleceram, em detrimento do interesse estratégico do país; se porventura o fragilizado BCP sofrer alguma OPA hostil, por parte da banca internacional, que não venham depois as carpideiras nacionalistas de serviço, fazer o habitual número triste, patético e circense, de carpir fingidas lágrimas de crocodilo. Amanhã na bolsa de Lisboa, todos os accionistas irão sentir na carteira, este lamentável desenlace quando o panorama já é de absoluta perda, nas mais valias obtidas anteriormente. Decididamente o futuro de Portugal é incerto, acontece que não conseguimos como povo enxergar a menor esperança no horizonte, e como tal não podemos dormir minimamente descansados ! É triste, mas esta é a realidade que temos de enfrentar, os discursos já não convencem !






quinta-feira, novembro 22, 2007

RTP - Uma Gestão Virtual ou Virtuosa ?




É absolutamente inacreditável a mistificação que tem vindo a ser feita a propósito da gestão da administração da televisão pública, cujo presidente terminou funções, tendo logo a seguir sido nomeado como responsável máximo da Estradas de Portugal S.A.
Não se trata aqui de avaliar o gestor A ou B, mas antes ser objectivo quanto ao verdadeiro estado da televisão pública. Ouviram-se por toda a parte, hossanas ao mérito da gestão daquela empresa pública, porém o que ninguém consegue compreender é a virtude de uma administração, que deixa a RTP com mais de 1000 milhões de euros de passivo ! Isto com a agravante de a empresa receber uma torrente inesgotável de receitas, quer provenientes da taxa do audiovisual paga por todos os consumidores de energia eléctrica do país (até um motor eléctrico de rega obriga a pagar numa exploração agrícola), quer ainda da interminável publicidade que somos obrigados a tragar e para cúmulo temos ainda as chamadas " indemnizações compensatórias de serviço público" que não são mais que transferências do orçamento de estado, destinadas a cobrir consecutivos défices de gestão corrente. Por forma a diminuir o passivo ( dívida à banca internacional ), a receita com a publicidade vai directamente para pagar aos credores, e o Estado por sua vez através de um expediente financeiro injecta na empresa as verbas correspondentes aquela receita em falta. Assim qualquer simples contabilista faria milagres na empresa mais endividada, com o aval do Estado para os empréstimos e compensações financeiras asseguradas, o "milagre de gestão" estaria sempre assegurado. Só para se ter uma noção da dimensão do estratagema, refira-se que só nos últimos 5 anos, a estação pública recebeu 1,2 mil milhões de euros ! Como é possível falar em serviço público, quando a estação de televisão tem um canal - RTP Memória - difundido em sinal codificado, só acessível a telespectadores que subscrevam um serviço privado de tele difusão ?
Poderão dizer que quando em 2003 a situação era pior, que o passivo foi reduzido (cerca de 25% que é um valor diminuto em 4 anos) mas tal facto não desmente a realidade financeira presente que continua a ser absolutamente intolerável, e até parece que quem tem afinal de fazer contenção à séria são os telespectadores, e não propriamente a estação pública.
Mas apesar de tudo isto percebe-se que ao contrário do país, a RTP não tem uma verdadeira política de contenção de despesas, limita-se a fazer aquilo que vulgarmente se designa por cortar no farelo, é que "noblesse oblige" .
Sou defensor de um serviço público de televisão mas não a qualquer preço, a RTP tem de adequar a sua gestão à receita que efectivamente obtém, e não o contrário ; ou seja o que acontece actualmente é primeiro gastar desmesuradamente, e só depois ir aflitivamente procurar obter verbas, que por mais voltas que dêem, acabam sempre no bolso do contribuinte.
É curiosa a forma como a RTP nos seus longos e fastidiosos telejornais de 1 hora ou mais se refere ás autarquias endividadas num tom moralista e justicialista, ou ainda o caso muito típico da jornalista do programa Prós e Contras, esquecendo-se contudo que pertencem a uma empresa pública que se não fosse a permanente injecção de capital do Estado estaria há muito falida. Com este panorama os trabalhadores da estação do Estado, são na prática funcionários públicos, se bem que auferindo de um regime especial de mordomias, convirá salientá-lo.
Podemos dar razão à Associação Nacional de Municípios, quando declara que muitas empresas públicas têm por hábito praticar monumentais défices de gestão, com passivos acumulados gigantescos, sem que exista qualquer penalidade inerente a esta realidade, ao contrário do que acontece com o poder local.

terça-feira, novembro 20, 2007

Óscar Monteiro Torres - Combatente Romântico



Faleceu há 90 anos, o Capitão Óscar Monteiro Torres no Hospital Militar de Laon no norte da França, ocupado pelas tropas do Império Germânico, vítima de ferimentos sofridos no combate aéreo ocorrido no dia anterior, contra um ás da caça alemã. Foi um republicano convicto, bem como defensor absoluto da intervenção de Portugal na 1ª Guerra Mundial no teatro europeu, - o que lhe valeu vários dissabores e até um duelo a sabre - e acreditava que tal intervenção não só proporcionaria a manutenção das colónias portuguesas em África, como catapultaria o país para níveis de desenvolvimento e prestígio internacional sem precedentes. A realidade foi outra, mas Óscar Torres demonstrou continuamente coragem e voluntarismo sem limites, e foi de uma total coerência com as suas ideias, que lhe custaram a própria vida. Porém na fase final da sua presença na Esquadrilha francesa SPA 65, apercebeu-se da verdadeira realidade da Guerra, e da fragilidade assim como das limitações que Portugal enfrentava, ao participar num conflito que lhe era completamente estranho, mas já era tarde para arrepiar caminho.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Táxis em Lisboa - Exposição Fotográfica

Mercedes 180D - Rua Augusta, Lisboa 1963. Fotografia de Armando Serôdio (1907-1978)


O Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, em boa hora organizou na sua sede da Rua da Palma, uma exposição fotográfica denominada " O táxi em Lisboa" , abrangendo um espaço temporal que vai desde os anos 20 e 30 do século XX, até à actualidade embora com maior destaque nos anos 50 e 60. Recorrendo maioritariamente ao seu valioso espólio, o Arquivo apresenta uma exposição muito interessante, com uma identificação cuidada quanto aos modelos em circulação e locais da cidade.

domingo, novembro 18, 2007

Concessão Agora - Privatização Depois




A concessão da Rede Rodoviária Nacional à Estradas de Portugal SA, insere-se na contínua e quase dramática procura desesperada do cumprimento da redução do défice público, eliminando despesas e criando receitas. Já no ano de 2008 é esperado que a receita a pagar por aquela empresa privada de capitais (ainda) públicos ao Estado português, ajude a contribuir para atingir o almejado valor de 2,4% no saldo da administração pública previsto no OE para 2008. Acontece que esta solução não é neutra para os cidadãos residentes no país; o resultado prático é que a breve trecho ver-se-ão obrigados a pagar mais portagens, para além daqueles locais onde até agora já o fazem.
Para que seja possível à E.P. pagar ao Estado as receitas previstas, torna-se numa inevitabilidade a concessão de diversos troços, ou obras de arte a privados, que obviamente irão por sua vez, cobrar ao utilizador final os custos e as mais valias esperadas, é uma evidência absoluta, não vale a pena esgrimir contra moinhos de vento.
Um caso com alguma verosimilhança, ocorre com a atribuição de licenças a privados por concurso público, para a instalação de novas centrais termo eléctricas; é evidente que a curto e mesmo a médio prazo o país irá dispor dum incremento assinalável de potência instalada ( e isto é extremamente apetecível para os decisores políticos) , porém como sector privado não é propriamente a Santa Casa da Misericórdia, os custos financeiros inerentes, bem como de aquisição de equipamento e do lucro esperado pelos investidores, conduzem inevitavelmente a um tarifário elevado, penalizando as empresas em matéria de concorrência internacional e os consumidores domésticos.
Veja-se o que sucede com o modelo das Scuts, em que a ideia simpática inicial de "sem custos para o utilizador" , transformou-se num encargo insuportável para o Estado, que acaba por se reflectir duplamente no bolso do contribuinte, através do Orçamento de Estado e mais tarde nas portagens já bem reais e nada virtuais. Ou do modelo de financiamento das duas maiores pontes que ligam as duas margens do Tejo.
O custo pago pelo utilizador, é um dos factores decisivos quanto ao êxito dos equipamentos construídos, e por estranho que pareça é muitas vezes menosprezado, na avaliação das várias soluções em análise.
Afinal para que servem os impostos, que os contribuintes pagam cada vez mais?
Será para construir inúteis estádios de futebol ou para adquirir submarinos para simular uma defesa de fachada?

terça-feira, novembro 06, 2007

Contas Portuguesas...


Por muitos debates que se façam, por muitos artigos de opinião que se escrevam, a realidade económica lusitana é incontornável: somos um país profundamente pobre e com a agravante de ser aquele onde as diferenças sociais se encontram mais estremadas.

Os indicadores económicos não ocultam a realidade, é que se orçamento para 2008 prevê um crescimento de 2,4% , a UE aponta 2,2% e o FMI uns paupérrimos 1,8% . No mesmo orçamento a inflação situa-se nos 2,1% mas a UE através da sua Comissão refuta tal valor, e aponta para 2,4%. Ou seja a maioria da população portuguesa vai ficar ainda mais pobre, com o desemprego a fixar-se nos 8,0% segundo a Comissão Europeia e 7,6% de acordo com o governo. O défice ficará em 3% do PIB este ano e 2,6% em 2008 de acordo ainda com as previsões da C.E.

No já insuportável e inútil ( porque tudo fica exactamente nas mesma no dia seguinte) programa da televisão pública designado por "Prós e Contras" , o economista Silva Lopes demarcando-se da táctica partidária de governo e oposição de tentarem sempre marcar um "pontinho político", referiu que o futuro de Portugal não pode ser risonho, nem a curto nem a médio prazo. É que para que a economia cresça, torna-se necessário aumentar significativamente o endividamento, e este já ultrapassou há muito o limite do aceitável (64% do PIB) . Convirá referir que este parâmetro, constitui também um dos critérios de convergência que a República Portuguesa se obrigou a respeitar, e não unicamente o controlo do défice público. O citado programa televisivo arrasta-se cada vez com menos audiência, e com a sua apresentadora a interromper consecutivamente os convidados dilacerando assim o raciocínio destes, com a agravante ainda do modelo do programa com uma assistência enorme, ser uma forma primária de dar uma pseudo solenidade ou importância, que não é mais que uma habilidade requentada europeia dos anos 80. Mas o mais caricato nas intervenções efectuadas, foi aquela de um ex-ministro que usufruindo de uma mordomia (pensão de reforma) das arábias, proveniente de um banco público, se permitir opinar num tom moralista e justiceiro. quanto ao rigor e racionalidade das contas públicas.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Juntas Médicas ou Ajuntamentos de Médicos.


Como é possível que uma Junta Médica da ADSE chegue a uma conclusão diametralmente oposta, aquela patrocinada por outra Junta Médica da Caixa Geral de Aposentações (CGA), perante uma patologia claramente diagnosticada e bem evidenciada ? No meio da discórdia, ficou uma paciente, sofredora perante a total incapacidade e arbitrariedade das instituições públicas, que ela também ajuda a pagar com os seus impostos. O Ministro das Finanças perante a indignação da opinião pública, veio a terreiro solicitar a reapreciação do caso em particular através de um despacho do seu gabinete. Assim fica demonstrada a total incapacidade da CGA, em gerir as situações correntes, pelo que urge uma profunda remodelação naquele organismo público. Ou será que todos os casos pendentes de Juntas Médicas, terão de ser objecto de visto do Ministro das Finanças ? Mas o mais lamentável foi a forma como a Ordem dos Médicos, veio tentar desastradamente - como já é hábito - tentar sacudir a água do capote, da respectiva corporação; absolutamente ridículo e patético !