A TROUXE-MOUXE
quinta-feira, dezembro 27, 2007
Começa a já não existir a mais pequena sombra de pudor e de dignidade institucional na abordagem da estrutura directiva dos diversos organismos do Estado português, por parte de alguns responsáveis políticos. As declarações do líder do maior partido da oposição, sugerindo um seu correligionário para a presidência do banco público não podiam ter sido mais desastradas, certamente que o escolhido não apreciou tal "deferência" , é que na prática teve o efeito exactamente contrário. Mas para piorar ainda mais a situação ( se é que é possível), o porta-voz do partido laranja teceu uns comentários de uma infelicidade total, sem nexo nem acuidade, que pretendiam supostamente responder às acusações plenas de sentido do porta-voz do governo, que o edil de Gaia estaria a "meter cunhas" para amigos e apaniguados, aliás sentimento que foi acompanhado maioritariamente pelos media e pela opinião pública.
Afinal a personalidade escolhida, apesar de militar no mesmo partido pertence a uma sensibilidade oposta, e como tal está nos antípodas da preferência do actual dirigente laranja; assim serviu de forma perfeita para mostrar com total evidência, quanto foi irrelevante a sua posição.
Contudo convirá referir que hoje não faz qualquer sentido, que o Estado detenha na totalidade um banco comercial, quando o sector é hoje altamente competitivo, com o mercado português pleno de ofertas de um dinamismo, que levou inclusivé até à sua internacionalização.
segunda-feira, dezembro 24, 2007
domingo, dezembro 23, 2007
Lili Marleen (Marlene)
Durante a longa e mortífera 2 ª Guerra Mundial, uma canção alemã tornou-se o hino extra-oficial dos soldados de infantaria de ambos os lados dos dois blocos beligerantes: chamava-se Lili Marleen em alemão ou Lili Marlene em inglês, cantada pela diva do cinema mundial Marlene Dietrich.
Ao ouvi-la na rádio ou através das poucas grafonolas existentes, o tom intimista da canção associado à voz quente e sensual de M. Dietricht, levava os soldados ao extâse, quando a associávam nos seus pensamentos às mulheres que mais amavam; assim foram minorados o sofrimento e as angústias de largos milhares de seres humanos, condenados a viver no limite do suportável.
LiLi Marleen de Hans Leip, 1915
Vor der Kaserne / Em frente ao quartel
Vor dem großen Tor /Diante do portão
Stand eine Laterne /Existia um poste com um lampião
Und steht sie noch davor /E se ainda por lá estiver
So woll'n wir uns da wieder seh'n /Desejamos aí nos encontar
Bei der Laterne wollen wir steh'n /Queremos junto ao lampião ficar
Wie einst Lili Marleen. /Como outrora, Lili Marlene
Unsere beide Schatten /As nossas duas sombras
Sah'n wie einer aus /Pareciam uma só
Daß wir so lieb uns hatten /Tínhamos tanto amor
Das sah man gleich daraus /Que todos logo entendiam
Und alle Leute soll'n es seh'n /E toda a gente ficava a olhar
Wenn wir bei der Laterne steh'n /Quando estávamos junto ao lampião
Wie einst Lili Marleen. /Como outrora, Lili Marlene
Schon rief der Posten, /Grita a sentinela
Sie blasen Zapfenstreich /Que soou o toque de recolher
Das kann drei Tage kosten /Um atraso custará 3 dias
Kam'rad, ich komm sogleich /Camarada, já estou indo
Da sagten wir auf Wiedersehen /E então dissemos adeus
Wie gerne wollt ich mit dir geh'n /Como gostaria de ir contigo
Mit dir Lili Marleen. /Contigo Lili Marlene
Deine Schritte kennt sie, /O lampião já conhece
Deinen zieren Gang /A maneira como caminhas
Alle Abend brennt sie, /Todas as noites ele arde
Doch mich vergaß sie lang /Mas há tempos esqueceu-se de mim
Und sollte mir ein Leids gescheh'n /E se algo de mal me acontecer
Wer wird bei der Laterne stehen /Quem estará junto ao lampião
Mit dir Lili Marleen ? /Contigo Lili Marlene ?
Aus dem stillen Raume, /Do céu tranquilo
Aus der Erde Grund /Das profundezas da Terra
Hebt mich wie im Traume /Apareçe-me como num sonho
Dein verliebter Mund /O teu rosto amado
Wenn sich die späten Nebel drehn /Envolto na névoa nocturna
Werd' ich bei der Laterne steh'n /Será que voltarei para junto do lampião ?
Wie einst Lili Marleen. /Como outrora Lili Marlene
sexta-feira, dezembro 21, 2007
terça-feira, dezembro 18, 2007
domingo, dezembro 16, 2007
Invasões...à Francesa ! (2)
General Arthur Wellesley [1769-1852]
Quanto aos britânicos a sua grande mais valia relativamente aos franceses, foi um planeamento e preparação rigorosos, tirando partido do seu poder naval que lhes permitiu desembarcar tropas em locais adequados e com excelente condição física. Assim a Royal Navy podia acompanhar junto à costa as evoluções do seu exército, permanecendo em contacto, e permitindo o envio rápido de reforços sempre que necessário, aliado a uma logística bem organizada, exactamente o contrário do que sucedia com as forças de Junot.
Uma força expedicionária de 14 000 homens desembarcou a partir da esquadra britânica em Lavos perto da Figueira da Foz, e sob o comando do general Arthur Wellesley - um homem prudente e meticuloso - derrotou as tropas de Junot ,em dois confrontos decisivos na Roliça e no Vimeiro. O general britânico desdenhava tanto a importância como a capacidade das guerrilhas e das forças militares quer portuguesas quer espanholas, sem contudo perceber, que não fora a erosão provocada pelas populações do norte, e das beiras aos invasores, jamais poderia ter realizado o desembarque com a segurança, com que o fez. Porém apesar daquelas duas vitórias decisivas, os dois contendores assinaram um acordo extremamente favorável para as tropas gaulesas, denominado a Convenção de Sintra que constituiu um verdadeiro escândalo inclusive a nível internacional, tendo o governo em Londres chegado a abrir um inquérito; assim a Armada Britânica, comprometeu-se a efectuar o transporte até França de Junot, com o seu exército, e respectivos equipamentos, bem como do produto do saque praticamente intacto realizado em Portugal . A Junta do Porto fiel representante do poder nas áreas libertadas, protestou com veemência mas de nada valeu, Portugal estava reduzido à condição de um Protectorado Britânico.
PT ...A Chantagem Intolerável !
O "Chairman" da PT (Portugal Telecom) numa entrevista a um canal de TV privado, fez um conjunto de declarações, que mais se assemelham a uma lamuria de um mau aluno, confrontado com resultados medíocres. A velha diatribe contra a Autoridade da Concorrência (AdC) ou agora também à Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) parece não ter fim, compreende-se o mau estar de quem só sabe viver em regime de monopólio, ou debaixo do guarda chuva protector do Estado; as justas penalizações aplicadas pela AdC à PT, comprovam as práticas lesivas da empresa de comunicações aos clientes e à economia . A PT obteve uma vitória de Pirro face á OPA lançada pela Sonae, ao comprometer-se pagar dividendos altíssimos aos seus accionistas, perante o pavor que tal operação suscitou nos seus quadros dirigentes, e ficou assim enredada numa camisa de forças sem capacidade financeira apreciável para futuros e indispensáveis investimentos. Mas quem gizou a estratégia? Só falta culpar a AdC mais uma vez, para continuar com a ladainha. Curioso é o facto, de na altura a administração ter propagandiado, que caso a Sonae obtivesse êxito, haveria lugar a um grande número de despedimentos na empresa, afinal onde está a coerência?
A imprensa revelou que só na PT Comunicações, 9000 funcionários estão em casa com vencimento pago embora reduzido, e por outro lado verifica-se que esta empresa do grupo tem algumas práticas muito sui generis ! Uma delas consiste em que, sem que o cliente o queira ou mesmo à revelia dele, impingem-lhe e cobram-lhe contratos de serviços tais como os designados de Plano de Preços ou Plano Total sem que tal seja suportado, por algum contrato escrito com a respectiva assinatura das partes envolvidas . Imagine-se isto em clientes idosos com capacidade diminuída que se limitam simplesmente a pagar sem contestarem. Quando o cliente reclama com fundamento nem sequer têm a hombridade de pedir desculpa pelo abuso cometido, decididamente algumas pessoas naquela empresa não têm o perfil nem a capacidade trabalharem no sector.
O que é mais grave em tudo isto, é a chantagem que transparece ou se subentende, dirigida ao Governo, para que pressione a AdC e a ANACOM no sentido de permitir, que a saudável concorrência (designada eufemisticamente por "excesso de regulação" ) seja metida no saco, ou então os despedimentos dispararão; ora isto é inaceitável num país da União Europeia ou será que a grande ambição da PT é que não exista autoridade nenhuma, e assim poder arbitrariamente impor ao mercado os seus ditames ?
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Invasões...à Francesa ! (1)
Jean Adoche Junot [1771-1813]
(General Comandante da 1.ª Invasão)
(General Comandante da 1.ª Invasão)
As Invasões Francesas iniciadas em 1807, deixaram marcas inapagáveis na história portuguesa; podemos assim falar claramente no antes e depois desse acontecimento, tal foram as clivagens ocorridas na sociedade daquele tempo. Quando o Príncipe Regente partiu para o Brasil (1807) deixou um reino meio adormecido e temeroso, porém quando voltou (1821) já como rei D. João VI, Portugal tinha mudado radicalmente e a sua corte de fugitivos, não tardou a senti-lo directamente na pele.
Quanto ao exército françês, quando entrou em Portugal já pouco tinha de imperial; Junot comandava 5000 homens descalços, famintos e alguns estropiados ou seja profundamente desgastados pela passagem pela Espanha, onde foram objecto de múltiplas flagelações. Ao dirigir-se para Lisboa o exército gaulês encontrou um destacamento da cavalaria portuguesa que através de uma carga podia tê-lo feito dispersar ou causar-lhe muita baixas mas existia ordem real para recebê-los como amigos, e nem sequer havia liderança para os enfrentar. Chegaram à capital a 30 de Novembro, com 2 regimentos paupérrimos, um dia após o embarque caótico para o Brasil da corte real. A presença de Junot caracterizou-se pelo saque, repressão e mesmo destruição de bens por onde passava, bem como retaliações mortíferas, relativamente aos ataques perpetrados pela população revoltada com a presença do invasor.
quarta-feira, dezembro 12, 2007
ÍCONES
Mercedes 180D " O Fogareiro "
Para muita gente nos dias de hoje o termo "fogareiro" do calão lisboeta, é sinónimo de taxista ou como se dizia noutros tempos ( anos 20 a 50) chauffeur, porém convirá referir que a origem da expressão prende-se como o modelo 180D da Mercedes-Benz. Acontece que antes da marca automóvel da cidade alemã de Stuttgard, ter entrado na frota dos veículos de táxi da capital, as avarias eram constantes com os custos decorrentes e as dores de cabeças para os respectivos proprietários. Porém quando os primeiros Mercedes ( modelo 170) apareceram nos anos 30 pelas ruas da cidade das sete colinas, tudo mudou uma vez que a fiabilidade dos motores deixou perplexos os motoristas, que logo adoptaram a marca como a preferida, se bem que o seu preço não fosse propriamente o mais baixo do mercado . Ao contrário do que se possa imaginar, o importador da marca em Portugal no inicio opôs-se com veemência a tal escolha, pois considerava que a imagem de táxi, desvalorizava de sobremaneira o automóvel aos olhos da clientela abastada. Mas se o Mercedes 170 (alcunhado de Matateu*) granjeou elogios, o topo da eficácia veio com o modelo que lhe seguiu nos anos 60, ou seja o 180 a diesel, cuja robustez e simplicidade na manutenção eram de tal ordem, que a comparação com um utensílio doméstico como um fogareiro (dado que não tem manutenção) pareceu adequada aos seus condutores, se bem que com as devidas diferenças.
* Famoso jogador de futebol do Belenenses, que conduzia regularmente um Mercedes 170, daí a alcunha.
sábado, dezembro 08, 2007
Figuras
Amelia Earhart (1897-1937)
Conhecida quase universalmente como pioneira da aviação mundial, efectuou inúmeros raides aéreos; com maior destaque para as travessias do Oceano Atlântico, e Pacífico . Em 1937 aos comandos de uma aparelho bimotor Lockheed Electra iniciou uma viagem à volta do mundo seguindo o equador, porém após ter percorrido mais de 2/3 da viagem na companhia do seu navegador Frederick Noonan, o avião desapareceu misteriosamente em pleno Pacífico quando efectuava a ligação entre a Nova Guiné e a ilha de Howland. Desde há alguns anos uma organização privada americana (TIGHAR) tem efectuado buscas contínuas em ilhotas isoladas, num raio de acção que se considera provável como de possível aterragem forçada, mas até agora nenhuma evidência arqueológica conclusiva foi encontrada, apesar dos muitos milhões de dólares dispendidos .
Passados 70 anos o povo americano decididamente não a esqueceu, as buscas prosseguem !